Uma fanfiction de natal para vocês saindo direto da lareira! Aproveitem!
OBS: Essa história contém alguns pequenos spoilers do livro 10, então, assumindo o risco, pode continuar a ler.
Dan estava parado na frente da mansão
com um paletó esperando as visitas chegarem. Ele pensava que a escravidão tinha
sido abolida há muito tempo, mas pelo visto estava enganado.
-Você vai ficar junto comigo
recepcionando as visitas, Dan!
-Amy! Eles são Cahill! Arrombam
casas e botam fogo nelas de brincadeira! Acha que precisam de convite para
entrar?
-Mas hoje é natal! Dia de união e de
abraçar quem ama!
-Então fique você lá fora esperando
o Ian chegar porque eu estou fora.
Ele não devia ter dito aquilo.
Agora estava lá a força, obrigado a
ficar parado, passando frio e acorrentado por uma coisa chamada gravata.
Daqui a pouco os parentes iam chegar
e Amy receberia cada um com um ‘feliz natal’ e um abraço. Hoje só tinha
convidado quem participara da busca pelas pistas – e também duvidava que os que
não foram convidados sentiram falta. Ela achou até melhor, porque assim pelo
menos não ficava cercada de pessoas que mal conhecia.
Logo quando a primeira visita chegou,
Dan tratou de ir ‘fazer sala’ para ela, deixando Amy sozinha para recepcionar
os convidados. Ah, mas esse moleque não muda nunca!
Depois ia ver o que era bom pra tosse!
Depois ia ver o que era bom pra tosse!
A primeira visita era o Tio Alistair,
mas não tinha problema, pensou Dan, pelo menos tinha arranjado um meio de
fugir.
- Como vai, Dan?
- Bem.
- E esse tempo aí?
- Sei lá...
- E a escola?
Socorro! Planejando outra saída
estratégica...
Ufa! O Tio Fiske chegou à sala bem a
tempo. Agora só lhe restava esperar as outras pessoas chegarem.
Quem chegou a seguir foram os Holt.
- Hamilton! Beleza!
- E aí? – Hamilton deu uns tapas tão
fortes nas suas costas que quase o fez vomitar suas tripas, o que ele
suspeitava que não seria tão legal quanto parece acontecendo com ele mesmo.
- Como vai, Dan? – Reaggan e Madison
seguiram o exemplo de Hamilton só que dessa vez ele achou que elas bateram
forte de propósito.
Dan quase teve a chance de trocar
uma conversa descente com Hamilton enquanto os irmãos brigavam a cada instante.
Depois iam trocar presentes no
amigo-da-onça e ele esperava que ninguém ficasse revoltado com o resultado
porque ele realmente não queria ver uma briga de Holts pra valer.
Os convidados foram chegando pouco a
pouco, Sinead, Ted e Ned Starling a seguir e Jonah Wizard um tanto atrasado,
com a desculpa de que algumas fãs tinham ficado na frente da limusine e barrado
seu caminho.
Já tinha passado duas horas da festa
quando Dan notou: Ian e Natalie ainda não tinham chegado.
E Amy ainda estava lá fora esperando
esse tempo todo.
Eu
acho que eles não vêm.
Amy estava com as pernas amortecidas
de tanto ficar em pé. Apoiada no batente da porta e se deixou escorregar até
cair no chão. Suas juntas já deviam estar congeladas!
Por que ela ainda estava ali?
- Amy. – Ai que susto! Ela nem tinha
percebido que ele tinha chegado! Dan deu uma risadinha sem graça. – Você não
precisa ficar aí congelando e perdendo a festa por nada. Vem pra dentro que o
Ian não merece isso.
- Hahahaha. Muito engraçado, Dan. Mas
você tem razão. Eles vão entrar de qualquer jeito mesmo... – Ela se deu uma
folga, afinal, achava que merecia isso.
Quando chegou lá dentro todo mundo
comemorou. Sinead foi logo contar as novidades para Amy, quando Nellie saiu da
cozinha com um monte de pratos nas mãos, braços e cabeça.
- Hora do rango, pessoal!
Ela parecia muito feliz pra quem passou
a festa inteira na cozinha, mas logo que olhou os pratos viu o motivo: todos
tinham uma aparência nojenta.
DIM-DOM
Nesse momento a campainha tocou e
todos ficaram quietos.
- Há! Sabia!- Dan exclamou. -
Lucians espertinhos, chegam sempre no melhor da festa!
Antes mesmo de chegar lá fora Amy
viu o Ian e a Natalie entrando afobados na mansão.
- Amy! Desculpa a demora é
que... – Ian fez uma pausa para tomar ar. – agora a pouco a elite Lucian nos deu a
mais nova notícia. Minha mãe... Fugiu da cadeia!
Todos na sala ficaram quietos depois da
notícia. Amy sabia o que eles estavam pensando. Isabel Kabra, a maldade em pessoa,
estava à solta. Uma pessoa de fora poderia dizer que era um motivo bobo para
parar uma celebração de natal, mas só quem participou da busca das 39 pistas
sabe o risco que estão correndo.
Que o mundo inteiro está correndo.
Ouviam-se alguns palavrões escapando
da boca dos outros enquanto Amy assumiu a frente.
- Pois bem, pessoal, quanto antes
começarmos melhor, pois ela não pode ter indo muito longe ainda. Vamos separar
uma equipe para ir encontra-la enquanto outra fica aqui no sótão tentando
localizá-la. Tio Fiske, poderia reservar um jato particular para Inglaterra
para quatro pessoas?
- Já estou arranjando.
- Ian, você sabe o nome da prisão de
qual ela fugiu?
- Prisão de Fleet, Inglaterra.
- Ótimo, você pode ajudar os Starling
e Alistair com as pesquisas enquanto eu, Dan, Hamilton e Natalie vamos na
missão.
- Mas, Amy, eu posso ser útil na
missão! Posso falar com Isabel caso preciso, tenho contatos Lucian, munição...
- A Natalie já pode fazer tudo isso por
você, obrigada. - Amy interrompeu.
- É, Ian, eu também existo, sabia?
Ele parecia prestes a falar alguma
coisa, mas se deteve. Pelo menos sabia que quanto menos discussão, mais rápida
seria a missão.
- Ok, pessoal, - falou Hamilton - o
que estamos esperando para ir?!
Era cinco da manhã quando Sinead
acordou com seu despertador. Era esse horário que a equipe aterrissaria na
Inglaterra. Não foi fácil dormir na central de comando com as duas Holt
roncando. Parecia um rosnado de dinossauro, credo!
Parecia que ela foi a única que teve dificuldade
para pegar no sono ali. Assim que as meninas pararam de reclamar que não tinham
sido escaladas pra nada e que queriam ajudar, pegaram no sono. O resto do
pessoal parecia ter desmaiado.
Ligou os monitores e estabilizou o
satélite Gideon, exclusivo para os Cahill. Em seguida fez umas pesquisas e
achou a localização da prisão:
Prisão de Fleet, 272 High Holborn,
London WC1V 7EY, Reino Unido
Oh, que grande avanço! Ela não
estava pensando direito, devia estar mais dormindo que acordada. Fechou os
olhos por um instante e rodou a cadeira para trás.
EITA!
Recuou com a cadeira e acordou de
vez. Que susto!
- Ian, não poderia dar um sinal de
vida antes que eu morra de susto? Tipo, dizer bom dia, ai que noite ruim, sei
lá mais o que... Qualquer coisa que não seja aparecer do nada atrás de mim com
essa cara de fantasma?!
Ele resmungou alguma coisa,
irritado. Parecia que ele também não tivera uma boa noite de sono.
- Dá pra você parar de falar com
essa voz irritante?
- É a única que eu tenho.
- Bela manhã de natal, ein?
Sinead não conseguiu conter uma
risadinha. Aquilo tudo era tão estúpido! Tinham que trabalhar rápido, só isso.
- Ah, ok... Vamos fazer alguma coisa
mais útil do que ficar aqui resmungando. Você sabe qual é o número da cela da
sua mãe?
- Chame-a de Isabel, por favor. Não, mas conheço alguém que sabe. Espere um segundo...
- Chame-a de Isabel, por favor. Não, mas conheço alguém que sabe. Espere um segundo...
Dan acordou com um solavanco. Quando
sua vista entrou em foco a primeira coisa que viu foi que estava num carro, não
no avião. A segunda coisa foi que a Natalie estava olhando para ele.
Ele esperou que ela desviasse o
olhar, mas ela continuou olhando. Então Dan se ajeitou no banco e viu que
estava no carro com Amy no banco do passageiro, Hamilton no banco de trás à
direita e um homem que não conhecia estava dirigindo. E a Natalie não parava de
olhar pra ele.
- O que tá olhando? Onde estamos?
- Pegamos um táxi e estamos indo para
a prisão de Isabel investigar. A Amy não quis acordar você e te carregou feito
um bebê até aqui. – ela deu uma risadinha no final.
Amy!!! Ele devia estar ficando muito
vermelho, não sabia se de vergonha, raiva, ou as duas coisas juntas. Amy olhou
de relance para trás como se dissesse: vingança.
Amy releu a mensagem que Sinead tinha
lhe mandado há alguns minutos:
“O endereço da prisão é 272 High
Holborn, Londres WC1V 7EY. O número da cela de Isabel era 120 e Ian já arranjou
funcionários que vão te deixar investigar. Conseguimos acessar um vídeo da
câmera de segurança da cela e vimos pouca coisa, porque a imagem ficou fora de
ar uns 10 minutos depois de Isabel mexer num sapato que parece não ser o da
prisão. Achamos que tem alguém colaborando com ela, e mandou aquele sapato de
presente, que na verdade era algum tipo de controle... Já em relação à forma
como ela saiu, não encontramos nenhum vestígio de perfuração na cela, então
isso é tarefa de vocês.”
- Bom trabalho, Ian! Agora vejo que Amy
fez o certo ao te deixar aqui, está sendo muito eficiente.
A cara do Ian, que Sinead esperava que
ficasse feliz, ficou mais emburrada ainda, se é que era possível.
- Você não entende do que se trata. Vou tomar café.
Quando ele se virou Sinead sorriu. Na
verdade ela entendia muito bem.
Ela continuou olhando para a imagem de
satélite daquela região da Inglaterra. Era nova tecnologia dos Ekaterina: ela
podia apertar um botão e mudava de imagem de satélite para mapa político,
vegetação natural, concentração populacional... até imagens em movimento ao
vivo! Ei! Espere um pouco...
Sinead estreitou os olhos e deu zoom na
imagem. Havia grande movimentação numa rua específica. Estavam todos
concentrados perto de um caminhão, mas ela não conseguia ver o porquê. Prestou
atenção nas pessoas: eram na maioria pais e filhos, mas tinham algumas pessoas
filmando e muitos repórteres. Acionou a opção de identificar a ocupação das
pessoas.
E arregalou os olhos.
O celular de Amy tocou enquanto ela
olhava a mensagem. Era Sinead.
- Oi Sind! O que...
- VIRA AGORA! – ela a interrompeu. –
Tem uma coisa naquela rua! Talvez... essa coisa é... VIRA, AMY, VOCÊ PRECISA VIRAR
AGORA SENÃO VAI PERDER A ROTA!
- Calma, mulher! Fala devagar.
- Tem uma grande concentração de
repórteres e policiais em volta de um caminhão ali! Você precisa virar!
Essa explicação já foi suficiente para Amy.
Quando Sinead ficava desse jeito geralmente não era brincadeira. Desligou o
celular.
- Vire naquela rua, rápido! –Amy disse
ao taxista.
- Mas a curva está muito estreita,
senhorita!
Ela estendeu algumas notas na direção do homem, que sem mais contestar deu uma guinada brusca à direita,
queimando borracha e cantando pneu. Várias buzinas soaram e Amy fechou os
olhos. Quando os abriu estava no meio de um engarrafamento.
Ela mandou o taxista parar e saiu
correndo em direção à multidão. Atrás dela explodiam várias perguntas furiosas
dos amigos.
- Tá maluca, Amy? – gritou Hamilton.
- Vai sair assim sem nem contar o que
é? Vai tirar o pai da forca? – Dan reclamou, afobado.
- Você me fez deixar a minha mala no
taxi! Sabe quanto custa uma roupa de grife?! – foi a vez de Natalie.
- Vai valer a pena, gente! – explicou.
– A Sinead me disse que era importante eu vir aqui e...
Quando um ônibus parou de bloquear sua
visão e ela viu do que se tratava, quase explodiu.
Era um caminhão comemorativo de Natal.
Sinead a havia mandado ali pra ver o
Papai Noel.
Amy já ia arrancar os próprios cabelos
quando Natalie exclamou baixinho:
- Mamãe?
O quê?!
Focou os olhos no Papai Noel. Era uma
mulher. Isabel Kabra?!
- Q-que infernos... – Dan disse, ao ver
a mulher diabólica cantar junto com crianças e beijar bebês.
Amy poderia dizer que não estava menos
surpresa: se pudesse fazer uma lista de coisas improváveis esta estaria no
primeiro lugar da lista.
Antes deles se aproximarem Isabel
começou a responder a vários microfones de entrevistas ao mesmo tempo.
- Com esse ato de caridade, começo
minha jornada nos serviços comunitários. Hoje centenas de crianças conheceram a
Mamãe Noel e foram presenteadas com brinquedos, amanhã, milhões de crianças
necessitadas conhecerão Ajuda Opera Milagres, e serão presenteadas com
qualidade de vida e esperança para suas jovens vidas.
Ouviram-se muitos aplausos e ela puxou
duas crianças para perto de si e abraçou-as para fotos.
Num instante Amy notou que ela os tinha
visto e no seu olhar podia-se ver pura maldade.
-
Cara... – disse Dan. – Tenho pena daquelas crianças.
Também disponível no Nyah fanfiction: http://fanfiction.com.br/historia/452528/The_39_Clues_especial_natal/
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